20/06/22 |   Technology Transfer

Palestras na área de solos e cultivares de soja e trigo serão apresentadas pela Embrapa Cerrados no Famato Embrapa Show 2022

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Um dos centros de pesquisa participantes do Famato Embrapa Show 2022, realizado de 22 a 24 de junho no Cenarium Rural, em Cuiabá (MT), a Embrapa Cerrados (DF) contará com palestras de pesquisadores sobre temas ligados à sustentabilidade dos solos agrícolas, além de apresentar cultivares de soja e de trigo adaptadas ao Cerrado do Brasil Central. 

O evento vai mostrar e discutir as melhores tecnologias de produção disponíveis para uso, visando ao aumento sustentável da produção agropecuária de Mato Grosso. A Embrapa apresentará mais de 80 tecnologias, entre produtos, cultivares, equipamentos, metodologias e recomendações técnicas, desenvolvidos por 14 unidades de pesquisa. Confira a programação completa e outras informações na página oficial do evento: https://sistemafamato.org.br/famatoembrapashow/.

No dia 23 (quinta-feira), no auditório principal, será realizado o Painel Solos Sustentáveis, a partir das 8h. O pesquisador Rafael Nunes fará a palestra “Nutrição de cultivos em tempos de preços elevados dos fertilizantes” às 9h. Ele vai abordar as boas práticas agronômicas de manejo de solo e adubação que possibilitam ao produtor reduzir o aporte de insumos sem comprometer a produtividade, ou alterar o tipo do insumo usando fontes alternativas também sem afetar a produtividade ou, ainda realocar investimentos, utilizando insumos e fontes de nutrientes que estejam deficitários no sistema de produção, melhorando a eficiência dos outros nutrientes de custo mais elevado – nitrogênio, fósforo e potássio. O pesquisador também falará de estratégias de aplicação que garantam aumento de eficiência de uso dos fertilizantes, como a adubação foliar e o uso de insumos biológicos.

O painel contará, ainda com as palestras “Solos arenosos: caracterização e potencial para o cultivo agrícola”, do pesquisador Ademir Fontana, da Embrapa Solos (Rio de Janeiro, RJ), às 8h; e “Cobertura do solo e palhada: efeitos e opções de sistemas e de plantas”, com Júlio César Salton, pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados, MS), às 8h30. E às 9h30, será promovido um debate com os participantes moderado pela chefe-geral da Embrapa Solos, Maria de Lourdes Brefin.

Já no dia 24 (sexta-feira), na arena central, a pesquisadora Ieda Mendes fará duas apresentações – às 10h30 e às 11h15 – da minipalestra “Bioanálise do Solo – BioAS”. Ela abordará aspectos e práticos sobre a utilização da tecnologia Bioanálise de Solo (BioAS), lançada pela Embrapa em 2020 e que agrega o componente biológico nas análises de rotina de solos. Tem como base a análise da atividade das enzimas arilsulfatase e β-glicosidase, associadas aos ciclos do enxofre e do carbono, respectivamente, e também envolve os Índices de Qualidade de Solo (IQS), calculados com base nas propriedades químicas e biológicas em conjunto (IQSFERTBIO) e separadamente (IQSBiológico e IQSQuímico). A BioAS está atualmente calibrada para culturas anuais no bioma Cerrado e no Paraná. Até o final de 2024, está previsto o lançamento da BioAS para cana de açúcar, café, eucalipto e pastagens.

As apresentações de Ieda Mendes ocorrerão simultaneamente às minipalestras “Calendário de Manejo Sanitário de Bovinos de Corte”, de Vanessa Felipe de Souza, pesquisadora da Embrapa Gado de Corte (Campo Grande, MS); e “Avaliação econômica em ILPF”, de Miqueias Micheletti, do Imea (Cuiabá, MT).

Cultivares para o Cerrado

Entre as cultivares que serão apresentadas a Ilha de Tecnologias – Cultivares durante a Famato Embrapa Show 2022, estão as variedades de soja transgênicas (BRS 5980IPRO, BRS 7380RR e BRS 8383IPRO) e convencional (BRS 7481), e de trigo BRS 264 (irrigado) e BRS 404 (sequeiro) adaptadas ao Cerrado do Brasil Central. Os materiais foram desenvolvidos pela Embrapa Cerrados e parceiros. 

A cultivar de soja BRS 5980IPRO é indicada para as regiões edafoclimáticas de adaptação REC 301 (MS e GO), REC 303 (GO e MG), REC 304 (DF, GO e MG) e REC 401 (GO e MT). O material tem como principais características a precocidade (ciclo de 100 a 105 dias), o que viabiliza a segunda safra, aliada à elevada produtividade. As plantas têm hábito de crescimento indeterminado, porte ereto e são resistentes ao acamamento.

A cultivar é resistente ao nematoides de galhas (Meloidogyne javanica) e ao nematoide de cisto Heterodera glycines (raças 3, 4, 5 e 14), tem tolerância ao glifosato e oferece proteção contra as principais lagartas da cultura da soja controladas pela tecnologia Bt, como a lagarta da soja (Anticarsia gemmatalis), lagarta falsa medideira (Chrysodeixis includens e Rachiplusia nu), lagarta das maçãs (Heliothis virescens) e broca das axilas ou broca dos ponteiros (Crocidosema aporema), além de suprimir lagartas do tipo Elasmo (Elasmopalpus lignosellus) e Helicoverpa (H. zea e H. armigera).

A BRS 7380RR é uma variedade transgênica de ciclo precoce (de 95 a 120 dias, dependendo da região), resistente ao herbicida glifosato e aos nematoides de cisto (raças 3, 4, 6, 9, 10 e 14) e de galhas (M. incognita e M. javanica), além de ter baixo fator de reprodução ao nematoide das lesões radiculares, o Pratylenchus spp., que afeta não apenas a soja, mas também o milho, algodão, feijão, sorgo e as pastagens.

Foi desenvolvida para atender aos produtores de Goiás, Distrito Federal, Oeste da Bahia, Noroeste de Minas Gerais e Mato Grosso que desejam fazer safrinha de milho, sorgo ou de boi. Por ser de ciclo precoce, a cultivar permite a sua utilização no sistema produtivo da sucessão de culturas em regiões em que os solos apresentam histórico de problemas com os nematoides.

Já a BRS 8383IPRO tem excelente sanidade, alta produtividade e estabilidade, o que garante elevado teto produtivo. A cultivar tem uma ampla adaptação edafoclimática, podendo ser cultivada em 10 estados brasileiros: Bahia, Piauí, Maranhão, Tocantins, Minas Gerais, Distrito Federal, Goiás, Rondônia, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. Apresenta ciclo de 125 dias (em média) e crescimento indeterminado.

A cultivar é resistente ao nematoide de galha M. incognita, recorrente nas lavouras de algodão no Oeste baiano. Apresenta tolerância ao herbicida glifosato e expressa a proteína Bt (INTACTA RR2 PRO®), que permite oferecer proteção contra as principais lagartas da cultura da soja, além de supressão às lagartas do tipo Elasmo e Helicoverpa. Possui, ainda, resistência a pústula bacteriana, ao crestamento bacteriano, ao cancro da haste e à mancha olho-de-rã.

Por fim, a cultivar BRS 7481 atende ao nicho de mercado de soja convencional. Tem tipo de crescimento indeterminado, porte ereto e resistência ao acamamento. Material de ciclo precoce para a região de indicação (ciclo médio de 100 a 110 dias), agrega produtividade e resistência aos dois nematoides de galhas (M. incognita e M. javanica). Pode ser usada no sistema produtivo com sucessão de culturas em regiões cujos solos têm histórico de problemas com esses nematoides. 

Por ser uma cultivar convencional, pode receber prêmios no preço de comercialização dos grãos nos mercados de Soja Livre. A cultivar é indicada para as regiões edafoclimáticas de adaptação REC 301 (GO e MS), REC 304 (DF e GO), REC 401 (GO e MT) e REC 402 (MT). 

A cultivar de trigo irrigado BRS 264 é a mais plantada atualmente no Planalto Central, sendo indicada para cultivo no Distrito Federal e nos estados de Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás. Com ciclo super precoce, espigamento em 40 dias e maturação em 110 dias, é extremamente produtiva (média de 120 sc/ha) e tem excelente aceitação pela indústria. É moderadamente resistente ao acamamento e resistente à debulha. Pelo segundo ano seguido, o recorde mundial de produtividade média diária em trigo foi alcançado em 2021 com o uso dessa cultivar.

Quanto à qualidade industrial, a BRS 264 é uma variedade de grão duro, classificada como trigo pão, com força de glúten média de 255 x 10-4 J, estabilidade* acima de 20 minutos e PH** médio de 80 kg/hl. A flexibilidade na produção de farinha para panificação e do rendimento de farinha, que chega a 66,5% em média, um dos melhores do mercado, confere atratividade para os moinhos. A farinha da cultivar possibilita a fabricação de pão sem necessidade de adição de outras farinhas.

Tolerante à seca e ao calor, a cultivar de trigo sequeiro BRS 404 é uma alternativa para o cultivo de trigo de sequeiro (safrinha) no Cerrado. Apresenta ciclo precoce, classe comercial pão e estabilidade na produção de farinha. Foi a primeira cultivar a apresentar maior tolerância à brusone. É indicada para cultivo no DF e nos estados de Goiás e Minas Gerais. Apresenta potencial produtivo médio de 60 sc/ha em sequeiro (com produtores já tendo alcançado 80 sc/ha) e pouco mais de 100 sc/ha em sistema irrigado, para o qual também pode ser indicada. Assim como a BRS 264, é resistente à debulha e moderadamente resistente ao acamamento. 

Classificada como trigo pão, a variedade tem alta força de glúten (320 x 10-4 J) e estabilidade acima de 12 minutos, garantindo boa liquidez na venda aos moinhos.

* Representa o trabalho de deformação da massa e indica a qualidade panificativa da farinha (força da farinha)
** É a massa de 100 litros de trigo, expressa em kg/hl. É influenciado por uniformidade, forma, densidade e tamanho do grão e pelo teor de matérias estranhas e grãos quebrados da amostra. Serve como indicativo da sanidade do grão.

Breno Lobato (MTb 9417-MG)
Embrapa Cerrados

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