23/09/21 |   Strategic Management

Projetos para o fortalecimento das mulheres rurais são destaques em audiência na Câmara dos Deputados

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 - Gestoras e pesquisadoras da Embrapa participam do primeiro encontro com a bancada feminina

Gestoras e pesquisadoras da Embrapa participam do primeiro encontro com a bancada feminina

A Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados promoveu na nesta terça-feira (21) o 1º encontro da bancada feminina com pesquisadoras da Embrapa. Sete pesquisadoras da Empresa apresentaram suas experiências com projetos de pesquisa e contribuições para a inclusão produtiva rural de mulheres. Durante o evento, as parlamentares da bancada destacaram a importância de um orçamento federal que garanta a presença da Embrapa em projetos direcionados às mulheres rurais.

De acordo com as deputadas, os dados obtidos apontam para a necessidade de ações institucionais e políticas públicas voltadas para que as mulheres encontrem oportunidades e tenham acesso a bens e serviços da mesma maneira que os homens no meio rural.

O encontro ocorreu no formato híbrido, com participações presenciais e on-line. A audiência foi presidida pelas deputadas Celina Leão (PP/DF) e Érika Kokay (PT/DF) e contou com a presença das deputadas federais Dorinha Rezende (DEM/TO), Lídice da Mata (PSB/BA), Liziane Bayer (PSB-RS) e Tereza Nelma (PSDB/AL), que encerrou os trabalhos, assumindo a presidência da audiência.

A audiência contou com ampla participação de parlamentares e internautas que acompanharam a partir da transmissão ao vivo realizada pela Câmara dos Deputados.

“A força da mulher também se encontra no campo e de forma muito ativa. A Embrapa tem um importante trabalho segmentado com contribuições para melhorar a vida dessas mulheres no agronegócio, como empreendedoras e trabalhadoras rurais. De acordo com dados do Censo Agropecuário de 2017, o IBGE identificou 947 mil mulheres responsáveis pela gestão de propriedades rurais de um universo de 5,7 milhões”, destacou Celina Leão, citando a pesquisa realizada pelo IBGE, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e Embrapa, no âmbito do Programa Agro Mais Mulher.

A diretora-executiva de Inovação e Tecnologia, Adriana Martin, abriu a participação da Embrapa no evento. “Estamos aqui contribuindo com um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, o número 5, sobre Igualdade de Gênero. As mulheres têm de ser muito mais respeitadas, ganhar visibilidade e ter voz na sociedade. Elas devem participar do debate, não só as mulheres da Embrapa, mas de todo o setor rural”.

Adriana lembrou que a Embrapa possui 8,4 mil empregados, 32% mulheres. “Em termos de funções de liderança, na Diretoria-Executiva eu ocupo uma das 4 posições e em termos de chefias-gerais dos 43 centros de pesquisa e nas 5 secretarias da sede, temos 22% de lideranças femininas em cargos de gestão. Tenho incentivado as mulheres a concorrerem em cargos de chefias de centros de pesquisa. Também incentivo os chefes selecionados a convidarem mulheres para a sua gestão. É importante dar oportunidade para que elas possam se preparar para ocuparem cargos de chefias geral”, concluiu.

Rita milagres, chefe da Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas (Sire) falou sobre a importância do evento para a sociedade, especialmente para as mulheres que atuam na Embrapa.

“Sou mulher e estou hoje a frente da Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas. Fico feliz de ver que temos 52% de mulheres, entre pesquisadoras, analistas e técnicas, na Sire. A nossa secretaria tem um importante papel de facilitar o engajamento das parlamentares com a Embrapa, construindo uma parceria efetiva”. Rita destacou também a importância das mulheres no enfrentamento à fome e insegurança alimentar, uma das metas dos ODS. “A Embrapa pode contribuir efetivamente para a inclusão e organização produtiva das mulheres rurais, promovendo sua autonomia econômica e social em todas as regiões brasileiras”, afirmou.

 

Ações que impactam no trabalho das mulheres no campo

A primeira pesquisadora a apresentar a atuação da Embrapa com as mulheres rurais foi Mariângela Hungria, da Embrapa Soja. Ela destacou a importância dos bioinsumos na agricultura como alternativa para substituição de agroquímicos nas lavouras.

“Lutar pela sustentabilidade do planeta e deixar um legado para gerações futuras faz parte da vocação feminina”, afirmou. Ela explicou que com a forte participação das mulheres na pesquisa, o Brasil se tornou líder mundial na produção de bioinsumos, identificando e estudando microorganismos que substituem fertilizantes nitrogenados, como a Fixação Biológica do Nitrogênio.

Em seguida, participaram as pesquisadoras Semíramis Ramalho e Patrícia Bustamante, da Embrapa Alimentos e Territórios. As especialistas falaram sobre “Mulheres e Recursos Genéticos”.

“Associar feminino, agricultura e ciência não é uma tarefa complexa, pois geralmente são as mulheres que determinam o que conservar, o que consumir, quais as plantas e muitas vezes são elas responsáveis pelo processo de produção. Então esse múltiplo desempenhar de tarefas no campo se reflete na agrobiodiversidade que é mantida nos estabelecimentos agrícolas”, explicou Semíramis.

Patrícia lembrou os dois tratados internacionais assinados pelo Brasil e o trabalho feito com recursos genéticos que contribui para o cumprimento das metas dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Danielle de Bem Luiz, chefe-geral da Embrapa Pesca e Aquicultura, enfatizou que a bioeconomia de pescado pode gerar uma agricultura sustentável, incluindo a pesca manejável, a economia inclusiva, manejos adequados para agricultores e agricultoras. “O pescado deve ser administrado de fato como um sistema alimentar e contar com o apoio de políticas inclusivas”, afirmou.

Ela explicou que a Embrapa vem pesquisando o cultivo de tambaquis em tanques redes no âmbito do Projeto BRS Aqua e conta com a parceria da Associação Bom Peixe que tem as mulheres representando 40% dos associados e uma produtora rural à frente da presidência.

 

Para a deputada Érika Kokay os profissionais da Embrapa constroem uma outra dimensão para o Brasil. “O que estamos vendo nesta sessão é uma Embrapa que dialoga com a possibilidade de termos uma sociedade que valorize e respeite a igualdade de direitos entre homens e mulheres, em um país com marcas tão profundas de desumanização”, afirmou. A parlamentar defendeu mais recursos no orçamento para a Embrapa em 2022.

 

As mulheres do café

A pesquisadora da Embrapa Café, Helena Alves, destacou que as mulheres têm importante participação na cafeicultura brasileira desde o seu início. Participação que vem avançando e ganhando maior visibilidade, com encontros de mulheres do café, exposição de cafés produzidos por mulheres e a constituição de parcerias importantes a partir do Consórcio Pesquisa Café e outros programas. Ela defendeu mais capacitações de mulheres para agregação de valor em pequenas produções, ações específicas para mulheres com foco na gestão das propriedades, organização em redes, associações e cooperativas.

Janice Zanella, pesquisadora da Embrapa Suínos e Aves, falou sobre as mulheres na suinocultura. “Na avicultura e suinocultura a mulher contribui decisivamente para a obtenção de bons resultados produtivos, quer por sua lógica de gestão, quer pelo uso racional dos recursos necessários e adoção de tecnologias digitais”, afirmou.

 

Perspectivas para a melhoria das condições de trabalho

Cristina Arzabe, da Sire, destacou que, ao se construir redes de mulheres atuando em diferentes locais e em diferentes situações, as perspectivas são as melhores possíveis para o futuro.

“Em relação às mulheres na ciência e tecnologia, o apoio do legislativo é muito importante e essa continuidade depende de recursos financeiros”, ponderou. Ela defendeu a valorização da mulher pesquisadora e ações afirmativas para jovens mulheres na ciência, com editais voltados para processos formativos e estruturação de laboratórios.

Em relação às mulheres rurais, ela enfatizou a necessidade de geração de dados quantitativos e espaciais que mostrem a realidade nas diferentes regiões e cadeias produtivas. “Políticas púbicas e programas que incentivem a geração de renda e a participação das mulheres, sua autonomia e fortalecimento”, destacou. “É preciso reconhecê-las como guardiãs da biodiversidade, da segurança e da soberania alimentar”, finalizou.

Assista aqui a gravação do 1º encontro da Secretaria de Mulher da Câmara dos Deputados com as pesquisadoras da Embrapa

Confira aqui as fotos o evento

Maria Clara Guaraldo (MTB 5027/MG)
Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas (Sire)

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