Trajetória da agricultura brasileira

Uma viagem ao passado para pensar no futuro

Nos últimos 40 anos, o Brasil saiu da condição de importador de alimentos para se tornar um grande provedor para o mundo. Foram conquistados aumentos significativos na produção e na produtividade agropecuárias. O preço da cesta básica, no Brasil, reduziu-se consideravelmente e o país se tornou um dos principais players do agronegócio mundial. Hoje, se produz mais em cada hectare de terra, aspecto importantíssimo para a preservação dos recursos naturais.

A agricultura se modernizou, mas ainda existem desafios. Há grande concentração de riqueza em pequena parcela de propriedades rurais, existem milhões de hectares de solos e pastagens degradados, há grande ineficiência no uso de água na irrigação, e o uso inadequado de agroquímicos oferece riscos à saúde e ao meio ambiente, entre outros problemas.

Para compreender o Brasil do presente, vamos voltar 50 anos no tempo e viajar pela trajetória da agricultura brasileira. Alguns fatos e números nos ajudam a identificar os acertos, a enxergar problemas como oportunidades e a pensar em ações futuras rumo à sustentabilidade.


Obs.: as informações apresentadas nesta página estão devidamente referenciadas no documento completo Visão 2030: o futuro da agricultura brasileira (PDF).

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Aula de campo realizada entre 1929 e 1948 na Escola Superior de Agricultura e Veterinária, uma das pioneiras em pesquisa agropecuária no país, que posteriormente se tornaria Universidade Federal de Viçosa. Foto: UFV

Retrato do Brasil rural de 1950 e 1960

A agricultura brasileira era rudimentar em meados do século passado. A soja era uma curiosidade no Brasil, sem expressão para o mercado doméstico, menos ainda para o comércio internacional do país. Prevalecia o trabalho braçal na produção agropecuária. Naquela época, menos de 2% das propriedades rurais contavam com máquinas agrícolas.

Homens e mulheres do campo sofriam com escassez de tecnologia e de informação. Em um estudo sobre a agricultura do Brasil, publicado em 1971, Edward Schuh e Eliseu Alves perceberam que faltava conhecimento sobre os solos tropicais e sobre como utilizá-los da melhor forma. “Muito pouco se sabe sobre a resposta destes solos às aplicações de fertilizantes. A capacidade de gerar e desenvolver novas variedades de altos rendimentos é limitada. Pouca pesquisa tem sido feita sobre a resposta dos rebanhos à aplicação de níveis crescentes de ração, ou sobre quais são as rações ótimas. Ignora-se quais as combinações de atividades mais lucrativas nas fazendas, e pouca pesquisa tem sido feita sobre as doenças tropicais dos rebanhos e lavouras”.

Trator em Vitória (ES) em 1952. Uso de máquinas agrícolas estava restrito a 2% das fazendas. Foto: IBGE.

Casa de Farinha Rústica em João Pessoa (PB) em 1957. Economia do Estado era baseada na agricultura. Foto: IBGE.

Ordenha em São Paulo em 1958. Produtividade na pecuária era uma das baixas do mundo. Foto: IBGE.

O resultado era baixo rendimento por hectare e pouca produção. O crescimento da agricultura exigia que extensas áreas naturais fossem convertidas em lavouras e pastagens. Práticas inadequadas causaram severos impactos ambientais, como erosão e assoreamento. Mas as fazendas não produziam o suficiente para atender à demanda interna.

Parágrafo extraído do Livro O desenvolvimento da agricultura no Brasil, de 1971.

A ineficiência no campo gerava problemas em todo o país. O Brasil vivia um momento de forte industrialização, com cidades em crescimento, aumento da população e maior poder aquisitivo. O contexto era de escassez de alimentos. Em 24 de abril de 1968, reportagem do jornal “O Estado de S. Paulo” abordou o assunto.

O governo instituiu políticas específicas para aumentar a produção e a produtividade agrícolas, incluindo investimentos públicos em pesquisa e desenvolvimento, extensão rural e crédito farto. Era o início do intenso processo de modernização que a agricultura brasileira experimentaria nas décadas seguintes.

Uma explosão de produtividade

Entre os indicadores mais ilustrativos da trajetória recente da agricultura brasileira estão os números de produção e os índices de produtividade. Entre 1975 e 2017, a produção de grãos, que era de 38 milhões de toneladas, cresceu mais de seis vezes, atingindo 236 milhões, enquanto a área plantada apenas dobrou. No gráfico abaixo é possível visualizar a evolução.

O maior crescimento da produção em comparação à área pode ser visto por meio da evolução do rendimento médio (quilos por hectare) das lavouras de arroz, feijão, milho, soja e trigo, no período de 1975 a 2017. Destaque para os aumentos de rendimento de 346% para o trigo, de 317% para o arroz e de 270% para o milho. Soja e feijão praticamente dobraram o rendimento no período analisado. O gráfico abaixo mostra a evolução do rendimento médio.

 

Incrementos de produção e de produtividade também foram conquistados na pecuária. O número de cabeças de gado bovino no país mais que dobrou nas últimas quatro décadas, enquanto a área de pastagens teve pequeno avanço. Em determinadas regiões houve até redução de terras destinadas ao pastejo.

O Brasil figura atualmente como um dos principais atores na produção e no comércio de carne bovina mundial. É o 2º maior produtor, atrás apenas dos Estados Unidos, e o principal exportador, com quase 2 milhões de toneladas de carne bovina vendidas a outros países em 2017.

Em 2016, o efetivo brasileiro de bovinos foi de 218,23 milhões de cabeças.
Existem mais bovinos do que humanos (208 milhões) no Brasil.

A avicultura era uma atividade voltada para subsistência na primeira metade do século XX, mas rapidamente tornou-se uma sofisticada criação comercial. Entre 1950 e 1970, o setor foi radicalmente transformado pela entrada de empresas processadoras no mercado, que estabeleceram o modelo de integração vertical. Neste formato, as empresas controlam e padronizam o processo produtivo, fornecendo pintos, insumos e assistência técnica aos criadores, que, por sua vez, conduzem o crescimento das aves até o abate. A modernização da produção levou a um aumento expressivo da produção de carne de frango, que passou de 217 mil toneladas em 1970 para 12,9 milhões de toneladas em 2016, consolidando o Brasil como o maior exportador mundial do produto.

A suinocultura também experimentou processo de intensificação semelhante à avicultura. Com a entrada de animais híbridos na década de 1970, o melhoramento genético de suínos teve um grande salto. Por conta de exigências do consumidor por uma carne com menos gordura, foram desenvolvidos suínos com mais massa muscular – especialmente em carnes nobres como o lombo e o pernil – e com menores teores de gorduras na carcaça. A evolução foi também evidente nas áreas de sanidade, manejo e instalações. O resultado foi um grande aumento de produção: um salto de 705 mil para 3,7 milhões de toneladas de carne suína produzidas, realizado entre 1970 e 2017. Hoje, o Brasil é o quarto maior produtor e exportador mundial do produto.

 

No cultivo de árvores, houve expansão de 52% na área de florestas plantadas entre 1990 e 2014. Em 2016, as plantações de eucalipto foram responsáveis por fornecer 98,9% do carvão vegetal, 85,8% da lenha, 80,2% da madeira para celulose e 54,6% da madeira em tora para outros usos no Brasil. A madeira produzida por árvores cultivadas reduz a pressão por desmatamentos de florestas nativas.

Um boom nas exportações

A partir da década de 1990, demandas crescentes e políticas macroeconômicas de estabilização, como controle da inflação e taxas de câmbio mais realistas, impulsionaram ainda mais o crescimento do setor agrícola, que passou a ser o principal responsável pelo superávit da balança comercial brasileira. Entre 1990 e 2017, o saldo da balança agrícola do País aumentou quase dez vezes, alcançando, neste último ano, US$ 81,7 bilhões, valores que têm contribuído para o equilíbrio das contas externas do país.

A organização e o intenso processo de modernização das cadeias produtivas do agronegócio fizeram com que os elos anteriores e posteriores às atividades agrícolas, como os de produção de insumos, processamento e distribuição, apresentassem importância cada vez maior no Produto Interno Bruto (PIB). Em 2016, o agronegócio como um todo foi gerou 23% do PIB e 46% do valor das exportações. Em 2017, o setor foi responsável por 19 milhões de trabalhadores ocupados. Agroindústria e serviços empregaram, respectivamente, 4,12 milhões e 5,67 milhões de pessoas, enquanto 227,9 mil pessoas estavam ocupadas no segmento de insumos do agronegócio.

 

O que explica este salto na agricultura?

A trajetória recente da agricultura brasileira é resultado de uma combinação de fatores. O cenário para isto é um país com abundância de recursos naturais, com extensas áreas agricultáveis e disponibilidade de água, calor e luz, elementos fundamentais para a vida. Mas o que fez a diferença nestes últimos 50 anos foram os investimentos em pesquisa agrícola - que trouxe avanços nas ciências, tecnologias adequadas e inovações -, a assertividade de políticas públicas e a competência dos agricultores.

O caso da cultura da soja é um bom exemplo de como a tecnologia pode transformar a produção agropecuária. Os primeiros cultivos comerciais surgiram na década de 1960, no Rio Grande do Sul, especialmente por uma razão climática: a soja é uma planta de regiões frias e os cultivos no mundo se limitavam às proximidades do paralelo 30, que no Brasil passa por Porto Alegre. Cultivar soja em outras regiões do país era um desafio biológico e tecnológico.

As respostas surgiram depois de anos de pesquisas realizadas pela Embrapa, por universidades, por instituições estaduais de pesquisa agropecuária e, mais tarde, pela iniciativa privada. Com técnicas de melhoramento genético, foram desenvolvidas plantas de soja adequadas às condições de solo e clima do Brasil. Eram cultivares menos sensíveis aos dias longos e mais tolerantes às pragas do mundo tropical.

Outra contribuição radical tem relação com correção e adubação de solos. As pesquisas apontaram os caminhos para otimizar o uso de corretivos e de fertilizantes, permitindo o plantio nos solos de Cerrados, até então considerados improdutivos. Foi justamente nessas áreas que a soja ganhou terreno na agropecuária nacional.

De fato, o uso de fertilizantes se tornou um elemento-chave (estima-se que apenas os fertilizantes nitrogenados sejam responsáveis pelo incremento de cerca de 40% na oferta de alimentos no mundo), mas gerou também um problema para o país: a dependência de importações. O Brasil passou a consumir muito mais fertilizantes do que a quantidade produzida internamente. A resposta da pesquisa: uma tecnologia para fixar o nitrogênio do ar nas raízes das plantas por meio de bactérias, a Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN), presente hoje em 75% da área cultivada de soja e responsável por uma economia da ordem de R$ 2 bilhões por ano em compra de fertilizantes nitrogenados. A FBN contribui ainda para a redução do consumo de energia e das emissões de gases de efeito estufa. Entenda melhor o funcionamento da fixação biológica no vídeo abaixo.

Fixação Biológica de Nitrogênio

Uma das mais impactantes inovações da pesquisa agropecuária é resultado de estudos da interação de microrganismos com as plantas. Entenda melhor como isto funciona.

Plantio direto, zoneamento de riscos climáticos, manejo de pragas, manejo de plantas daninhas, mecanização, sucessão de até três cultivos anuais na mesma área e integração da lavoura da soja com pecuária e floresta são outras abordagens e tecnologias de grande impacto. São resultados diretamente relacionados com investimento em pesquisa, extensão rural, políticas públicas e empreendedorismo.

Quando se considera a agricultura como um todo, a tecnologia explica, em grande parte, a evolução da produtividade. No período entre 1975 e 2015, os avanços tecnológicos foram responsáveis por 59% do crescimento do valor bruto da produção agrícola, enquanto o trabalho respondeu por 25% e a terra por 16%.

A tecnologia, no entanto, não teria sido suficiente sem a atuação do produtor e da produtora brasileira. Em parte pela postura empreendedora, com investimentos em terra, equipamentos, gestão, trabalho e conhecimento, e em parte pela coragem de encampar severas migrações.

Um dos movimentos migratórios de maior impacto na geografia da produção agrícola do país se intensificou no final da década de 1980. Pequenos produtores que, na década anterior, aprenderam a usar tecnologia no Sul e no Sudeste do Brasil, migraram para outras regiões em busca de terras e oportunidades. Muitos se instalaram em Mato Grosso do Sul, no Triângulo Mineiro, no Sul de Goiás e na região em torno de Sorriso e Lucas do Rio Verde, já em Mato Grosso. Essas regiões se consolidaram como importantes produtoras de grãos do país.

Questões a superar

Fazer uma leitura crítica da trajetória da agricultura brasileira é importante para que se possa imaginar um futuro mais sustentável e para subsidiar ações efetivas. Um dos problemas é a grande desigualdade de produtividade e de renda no campo, o que tem sido atribuído ao fato de a maior parte dos pequenos produtores não ter sido capaz de adotar novas tecnologias. Essa “não adoção” é consequência de inúmeros fatores, como o elevado custo de incorporação das novas tecnologias, baixa escolaridade e carência de políticas públicas.

Em 2006, apenas 0,43% dos estabelecimentos rurais, o que corresponde a cerca de 22 mil dos 5.175.489 existentes no Brasil, respondia por mais da metade do valor produzido. Esses números se opõem à vasta maioria dos estabelecimentos (3,9 milhões), cuja renda bruta (em salários mínimos mensais) atinge, no máximo, dois salários mínimos. Um dos fundadores da Embrapa e autor de estudos sobre o assunto, o pesquisador da Embrapa Eliseu Alves fala, no vídeo abaixo, das causas da concentração no campo.

Quais as causas da concentração?

Um dos fundadores da Embrapa e autoridade no assunto, Eliseu Alves fala sobre o fenômeno de concentração de produção e riqueza no campo.

Outras questões importantes tem relação com meio ambiente e saúde. Relatórios recentes apontam o Brasil como um dos principais usuários de agroquímicos no mundo. Em parte, isto se explica pela extensa área cultivada e pelo clima tropical, que permite a sobrevivência de pragas mesmo durante o inverno.

Estudo realizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária em 2011 indicou que um terço dos alimentos consumidos cotidianamente pelos brasileiros contém algum nível de contaminação por agroquímicos. Esses problemas enfatizam a necessidade da realização de mais análises e estudos em intensificação sustentável, da ampliação do uso sistemas de produção mais sustentáveis e do uso mais racional de defensivos

Práticas inadequadas geram também severas consequências nos solos. No Brasil, estima-se que há entre 60 e 100 milhões de hectares de solos em diferentes níveis de degradação, o que supera a área da Espanha (50 milhões de hectares). Estudos indicam que mais da metade das pastagens brasileiras estão degradadas, o que é considerado um grave problema para o setor, causando prejuízos econômicos e ambientais.

Semeadura em terreno com declive, técnica que pode resultar em erosão e degradação do solo. Foto: Embrapa.

Dos 32 milhões de hectares que adotam o Plantio Direto no Brasil, um sistema conservacionista de cultivo agrícola, estima-se que em apenas 2,7 milhões de hectares são seguidos corretamente os preceitos preconizados pela pesquisa agropecuária. Como consequência, surgem problemas como compactação do solo, erosão hídrica, quebra da estabilidade da produtividade e aumento do custo de produção.

Os recursos hídricos também merecem atenção. O uso no meio rural representa 80,7% do consumo total de água no Brasil, dos quais 67,2% são destinados à irrigação, 11,1% ao consumo animal e 2,4% ao consumo humano. Estima-se que 40% desta água não é aproveitada pelas plantas por conta de sistemas inadequados de irrigação ou vazamentos nas tubulações, com grande desperdício de energia e trabalho.

No que se refere à qualidade da água, apesar de a poluição urbana ser a principal fonte de degradação, a poluição de origem rural causada pela elevada utilização de fertilizantes, pesticidas e perda de solos por processos erosivos pode ser fortemente impactante em regiões com extensas áreas de uso agrícola. Como consequência, ocorrem prejuízos à biodiversidade aquática, à saúde humana e à economia do país.

Para muitos destes problemas e desafios já existem soluções. Para outros, serão necessários novos investimentos em pesquisa. Políticas públicas terão papel importante em muitos casos. Nas sete megatendências de futuro apresentadas nos próximos capítulos, estes pontos serão aprofundados e posicionados em perspectiva, para ajudar a traçar visões de futuro.

Um olhar para o futuro

Os sinais e tendências identificados neste estudo foram organizados em sete grandes conjuntos, apresentados como Megatendências do futuro da agricultura. São agrupamentos de aspectos científicos, tecnológicos, socioeconômicos, ambientais e mercadológicos emergentes, denotando forças que se formam de maneira lenta, mas geram consequências que perduram por um longo prazo e que deverão impactar a agricultura brasileira no futuro.

Qual a importância de conhecer o passado e o presente para estabelecer projeções para a agricultura?

Pesquisador da Embrapa na área de economia rural, Elisio Contini fala sobre o uso de dados para projeções de demandas e mercados.

Alguns aspectos de demanda são transversais e tem relação com praticamente todas as megatendências elencadas neste estudo. A história mostra que os principais fatores de influência sobre a produção agrícola são crescimento da população, aumento da renda e comportamento dos preços, tanto nacionalmente, quanto em termos internacionais.

A expectativa é que a população mundial atinja 8,5 bilhões de pessoas em 2030, 16% a mais que em 2016. O Brasil deve atingir a marca de 230 milhões de pessoas nos próximos 12 anos. Com quase 5 bilhões de pessoas, a Ásia terá aproximadamente 58% da população mundial. Estima-se que em 2023 a Índia ultrapasse a China como país mais populoso do mundo.

As próximas décadas devem ser de mudanças importantes na distribuição espacial da população global. Até 2030, mais de 90% da população dos países em desenvolvimento, sobretudo na África Subsaariana e na Ásia, terá se urbanizado o que trará implicações importantes em termos de consumo de alimentos, água e energia.

Projeções indicam ainda forte expansão da classe média na população mundial, estando a maior porção nos países da Ásia. Em 2030, 60% da população mundial deverá estar no estrato da classe média, um crescimento de 15 pontos percentuais em comparação com 2016. O aumento da renda implica mudanças nos padrões de consumo, o que resulta na expansão da demanda por carne, frutas e vegetais, na redução do consumo de alimentos básicos, na diversificação da cesta de consumo, bem como no aumento da demanda por produtos mais elaborados.

Entre as carnes, a de aves é aquela que apresenta maior expectativa de crescimento da demanda. As importações por parte dos principais países compradores devem crescer 24%.

O comércio mundial de soja deverá crescer 25%, ou 36 milhões de toneladas, em 10 anos. A China será responsável por 85% desse aumento. A Índia, por sua vez, será a principal responsável pelo crescimento da demanda por óleo de soja (27%). Milho e algodão também serão demandados em maior quantidade.

Os contextos mundial e nacional sinalizam positivamente para as projeções de continuidade do crescimento da produção agrícola do Brasil. Em 2027, espera-se que o Brasil produza acima de 290 milhões de toneladas de grãos e mais de 34 milhões de toneladas de carnes bovina, suína e de frango.

Projeção de exportação de produtos agrícolas brasileiros

Produto 2016/17 2026/27 Variação (%)
Algodão pluma (mil t) 630 1.118 77,5
Milho (mil t) 25.500 35.130 37,8
Soja- grão (mil t) 63.000 84.111 33,5
Soja- farelo (mil t) 15.900 17.240 8,4
Soja- óleo (mil t) 1.550 1.557 0,5
Carne de frango (mil t) 4.280 5.890 37,6
Carne bovina (mil t) 1.800 2.429 34,9
Carne suína (mil t) 900 1.277 41,9
Café (mil t) 2.100 2.760 31,4
Açúcar (mil t) 28.933 39.466 36,4
Suco de laranja (mil t) 2.315 2.769 19,6
Leite (milhões L) 245 337 37,6
Papel (mil t) 2.172 2.380 9,6
Celulose (mil t) 13.858 19.170 38,3

Este processo pode ocorrer de forma sustentável? Quais os riscos envolvidos na atividade agrícola dos próximos anos? Que mudanças são esperadas? Quais oportunidades devem ser aproveitadas e quais tendências negativas merecem atenção? Como estabelecer uma relação mais equilibrada entre população, ambiente e produção de alimentos e energia? Navegue pelas sete Megatendências e explore as respostas para estas e outras perguntas sobre o futuro da agricultura.